2005-10-31

Depois

de almoço vou deitá-la. O quarto já tem os estores descidos, ela no corredor encosta-se ao meu ombro. Deito-a e saio silenciosamente. Durante algum tempo ouço-a falar sozinha, depois vamos almoçar e esqueço-me dela, a porta da sala fechada.

Muito tempo depois vou espreitá-la. Está sentada na cama, no escuro, os olhinhos muito abertos. Sossegada, sem dizer nada, sem protestar.

Sinto um aperto cá dentro que nem sei bem o que é, assim uma ternura e uma tristeza a apertarem-me as entranhas, e tiro-a da cama. Não dorme a tarde toda e fica rabujenta mas não faz mal.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ooohhh... (o eco da ternura tocou neste lado...)

11:06  
Blogger Ana Rute Oliveira Cavaco said...

acontece quando a Maria acorda, nem sempre se põe a falar ou cantar e eu estranho a demora da sesta e dou com ela sentada na cama a chuchar no dedo e de Minnie na mão. tb me faz pena.

11:27  
Blogger ni said...

esse paero que não sabias o que era... a mim pareceu-me muuuuuuuuuuuuuuuuuito amor!
:o)

Beijos e abraços

12:07  
Blogger Mar said...

Que linda!

12:07  
Blogger Karla said...

É isso mesmo, ternura e tristeza e vontade de a envolver toda toda toda. Lindo!

13:00  
Anonymous Anónimo said...

está crescidita! :)

15:50  
Blogger Nana said...

Isso acontece imensas vezes à Beatriz.. ela acorda.. e fica sossegadinha.. à minha espera :)
Nestas altura é que entendo o quanto ela precisa de mim.. mais ainda.. o quanto Eu preciso dela!!!

beijos

17:52  

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